quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Morre médico santo-estevense premiado com o GLOBAL 500 de Ecologia


Morreu na noite de ontem (12), vítima de um cancer, o médico cirurgião geral e escritor Ivan Claret Marques Fonsêca, natural de Santo Estevão, nascido na Fazenda Riacho do Cipó. Prestes a completar 74 anos, o médico santo-estevense iniciou sua carreira em  1964, quando formou-se em Medicina pela Faculdade Baiana.
Ivan Clarett
Durante sua trajetória como médico e escritor, o santo-estevense já foi reconhecido por diversos trabalhos realizados, dentre eles a conquista do Prêmio Global 500 de Ecologia no México, que tinha como objetivo principal a preservação da Mata Atlântica, a premiação ocorreu no ano de  1990. Antes de Ivan, quem antes tinha recebido esse prêmio foi Chico Mendes.
Em Santo Estevão o médico e escritor Ivan Claret deixou sobrinhos, cunhadas e vários irmãos, dentre eles o médico e ex-prefeito Antenor Marques Fonseca, o farmacêutico Renato Marfon, o advogado Almir Fonseca, o comerciante Martim Fonseca, a professora Iracema Marques.
Ivan escreveu vários livros dentre eles o intitulado 'O Cigarro Mata'.

Confira algumas realizações de Ivan Claret 

Desde 1973, publicou trabalhos sobre ecologia e realizou campanhas a nível de município e região contra o desmatamento, queimadas, uso indiscriminado de inseticidas e fungicidas, campanhas de arborização urbana, de proteção de nascentes e rodovias, dedicando-se especialmente à conservação do solo e preservação dos remanescentes da Mata Atlântica; campanhas contra o cigarro e prevenção de acidentes de trânsito.
Através da Fundação Ecológica 'A Mão que Semeia' publicou bimensalmente, desde 1990,  o Boletim Ecológico,  e a partir de 1995 passou a publicar outros dois Boletins Ecológicos, um para o Lyons de Nanuque e outro sobre Santo Estevão-BA.                  
 a patrir de 1990  percorreu o Brasil, a América Latina, a Europa, a China, o Egito e Israel. Foram cerca de 180.000 km de avião e 130.000 km de carro, ônibus, barco e trem, divulgando o trabalho e a preservação ambiental. Em 1975 criou  um Parque Ecológico com área de 5,5 hectares, com cerca de 200 espécies e variedades de plantas que acabou doando à Prefeitura Municipal de Nanuque em 1979, para servir ao ensino de Educação Ambiental às crianças de Nanuque.
Idealizou e construiu, em 1973, o Museu Regional de Nanuque, com a colaboração da Prefeitura Municipal.                      A partir de 1973 passou a apresentar trabalhos e palestras em Colégios, Universidades e em diversos Congressos e Seminários nacionais, regionais e no exterior.
Em 1990 criou a Fundação Ecológica 'A Mão Que Semeia' e construiu com recursos próprios um Museu de Ecologia, com área de 108 m2, reunindo milhares de publicações sobre ecologia e meio ambiente.
Em 1990 foi agraciado com o Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente, no México.
Ainda em 1990 construiu um trailer para a divulgação de mensagens ecológicas e distribuição de folhetos educativos, informativos e de divulgação do trabalho ecológico.
Em 1992 construiu na sede de sua fazenda o Museu da Fazenda.
A partir de 1991 começou a plantar uma área com cerca de 20  hectares, no povoado de Vila Gabriel Passos com milhares de árvores nativas, frutíferas e ornamentais, para que cerca de 500 crianças rurais complementassem sua alimentação.
Em 1996 apresentou trabalhos e proferiu palestras na Universidade de Tampere,  XX Congresso Florestal de Tampere, na Universidade de Turko e Unicef em Helsink-Finlândia, e na Universidade Latino Americana em Berlim.
Visitou a China em 1997 a convite do Departamento de Ciências e Tecnologia do Governo. Em 1996 construiu uma barragem em sua propriedade, na Vila Gabriel Passos, em regime de mutirão, para a criação de peixes com 24.000 m2  produzindo centenas de quilos de peixes por ano para as crianças pescarem. Forneceu anzol e linha, e incentivou a construção de outras pequenas barragens na região.
Em 1997 construiu o Museu Homo Sapiens, contendo um resumo da cultura humana, com peças em concreto. Em 1997 construiu o Mosteiro Franciscano Ecológico para educação ambiental em regime de mutirão com doações de amigos (Foto do topo).  Em 2000, construiu uma Pirâmide em concreto com 36 m2, como local de meditação. Ainda em 2000 conseguiu com vizinhos a criação de uma reserva da Mata Atlântica junto ao mosteiro com área de 20 hectares.
Entre 2001 e 2004 construiu em granito réplicas do Mausoléu da Kaaba em homenagem ao Maometanismo e do Muro das Lamentações em homenagem ao Judaísmo, além da Capela da Paz.
Foi agraciado com a Comenda do Município de Nanuque e com o Título de Cidadão Honorário.
Há cada dez anos mandava enterrar milhares de sementes na sua propriedade rural, de amêndoas, goiaba, Jamelão, oiti, sabonete, e outras variedades nativas da Mata Atlântica.


 Por Clécia Rocha

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